segunda-feira, 5 de junho de 2017

John Renbourn


John Renbourn (08 de agosto de 1944 - 26 de março de 2015) foi um guitarrista e compositor inglês, possivelmente mais conhecido por sua colaboração com o guitarrista Bert Jansch, bem como seu trabalho com o grupo folclórico Pentangle, embora mantivesse uma carreira solo antes, durante e depois da existência da banda (1967-1973).

Embora mais comumente rotulado como um músico folk/rock/pop, os gostos e interesses musicais de Renbourn fizeram que ele atuasse também em música clássica e medieval, jazz, blues e na chamada “world music”. Seu álbum mais influente, ”Sir John Alot” (1968), apresentou seu interesse em músicas da época Medieval.

John Renbourn estudou guitarra clássica na escola, período em que foi apresentado a “Música Medieval”. Na década de 1950, juntamente com muitos outros, foi muito influenciado pelo "Skiffle" (gênero musical que mistura influencias de jazz, blues e folk, usualmente criado fora de estúdios e com instrumentos improvisados) e isso o levou a explorar o trabalho de artistas como Lea Belly, Josh White e Big Bill Broonzy.

Na década de 1960, a nova mania era o “Rhythm and Blues” e o impacto da crescente musica folk de Davey Graham. Em 1961 Renbourn percorreu o sudeste da Inglaterra com Mac MacLeod repetindo a turnê em 1963. Durante o retorno gravaram uma fita demo. Chegou a apresentar-se brevemente em uma banda de R & B, enquanto estudava no “Kingston College of Art” em Londres. Embora o movimento britânico "Folk Revival" estivesse em voga, a maioria dos clubes populares estavam inclinados a canções folclóricas tradicionais não acompanhadas e os guitarristas geralmente não eram bem-vindos. No entanto, a casa “Roundhouse” em Londres teve uma atitude mais tolerante e assim, John Renbourn apresentou-se em um show com a cantora gospel Dorris Henderson, tocando guitarra base e posteriormente gravando dois álbuns com ela.

Possivelmente o local londrino mais conhecido em termos de música folclórica no início da década de 1960 era o "Les Cousins" na Greek Street, no bairro de Soho, que se tornou o principal ponto de encontro para guitarristas, cantores e compositores contemporâneos da Grã-Bretanha e América. Por volta de 1963, Renbourn juntou-se com o guitarrista Bert Jansch que se mudou para Londres, vindo de Edimburgo e juntos desenvolveram um estilo dueto intrincado que ficou conhecido como "barroco popular". Seu álbum “Bert And John” é um belo exemplo dessa união.

Renbourn lançou vários álbuns pelo selo “Transatlantic” durante os anos 1960. Dois deles, “Sir John Alot” e “Lady And The Unicorn”, sintetizam seu estilo e material a partir deste período. “Sir John Alot” mostra uma mistura de jazz/blues/ folk juntamente com um estilo de música mais clássica/medieval. “Lady And The Unicorn” é fortemente influenciado pelo interesse de Renbourn na música medieval.

Durante esse tempo, Renbourn também começou a tocar e gravar com Jacqui McShee canções tradicionais folclóricas inglesas e com o violinista americano Sue Draheim. Juntamente com Bert Jansch, o baixista Danny Thompson e o baterista Terry Cox, formou o grupo Pentangle. O grupo foi muito bem sucedido em apresentações na América em 1968, tocando no Carnegie Hall e no Newport Folk Festival.

Renbourn passou a gravar mais álbuns solo nos anos 1970 e 1980. Grande parte da sua música é baseada em material tradicional com influência celta, entrelaçada com outros estilos. Ele também colaborou com o guitarrista americano Stefan Grossman no final de 1970, gravando dois álbuns com ele, que às vezes lembram seus dias de “barroco” com Bert Jansch.

Em meados dos anos 1980 Renbourn voltou para a universidade para colar grau em Composição no Dartington College of Arts. Posteriormente, ele concentrou-se principalmente em escrita de música clássica, enquanto ainda apresentava-se cantando música folk. Ele também acrescentou guitarras acústicas na trilha sonora do filme “Scream For Help”, um projeto de estúdio com o seu vizinho John Paul Jones.

Em 1988, durante pouco tempo, Renbourn formou um grupo chamado “Ship of Fools” com Tony Roberts (flauta), Maggie Boyle (letras, instrumentos diversos) e Steve Tilston (guitarra). Dessa união, gravaram um álbum homônimo. Após trocarem algumas gravações pelo correio, eles fizeram seu primeiro concerto, que compreendeu dois shows esgotados no Harvard’s Hasty Pudding Club Theater da Universidade de Harvard. Lamentavelmente, a fita “bootleg “ retirada diretamente da mesa de som não foi salva devido a uma disputa entre o promotor de concertos e o engenheiro de áudio.

Renbourn continuou a gravar e apresentar-se em concertos, inclusive nos EUA com Archie Fisher. Em 2005, visitou o Japão (sua quinta turnê daquele país) com Tokio Uchida e Woody Mann. Em 2006, tocou em vários locais na Inglaterra, incluindo o Festival Green Man no País de Gales e fez algumas aparições com Robin Williamson e Jacqui McShee. No mesmo ano, trabalhou em um novo álbum solo e colaborou com Clive Carroll na trila sonora do filme “Driving Lessons”, dirigido por Jeremy Brock.

Em 2011 ele lançou “Palermo Snow”, uma coleção de solos instrumentais de guitarra também ao lado do clarinetista Dick Lee. A faixa-título é uma complexa mistura de clássico, popular, jazz e blues. Esta peça é uma despedida, em que há um núcleo clássico se misturando com outros estilos, ao invés do básico blues, folk ou jazz.

Renbourn faleceu em 26 de Março 2015 devido a um ataque cardíaco em sua casa em Hawick, Scottish Borders, com 70 anos.

Texto | Francisco Eduardo

1968 | SIR JOHN ALOT OF

01. The Earle Of Salisbury
02. The Trees They Do Grow High
03. Lady Goes To Church
04. Morgana
05. Transfusion
06. Forty Eight
07. My Dear Boy
08. White Fishes
09. Sweet Potato
10. Seven Up

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